Pular para o conteúdo principal

Vida corrida

Por muitos anos eu boicotei a possibilidade de correr.

Se esteira parecia um monstro, nem pensar em correr na rua. Medo de cair, medo de não conseguir, medo de fracassar feio.

Então, um dia meti as caras. Comecei a correr com um pessoal da academia e até rapidamente vi que não era um bicho de 7 cabeças.

Se eu tinha bom condicionamento com natação, bike e funcional eu podia confiar que correria sem passar mal. Aos poucos fui gostando dessa onda viciante.

Acordar cedíssimo, faça frio ou calor, e sair correndo por aí começou a me fazer muito bem.

Depois descobri que esses road runners são loucos por provas. Eu resisti a ser mordida por esse bichinho, porque vejo que além da prova em si, existe uma preocupação em colecionar medalhas, camisetas e brindes.

Mas fui convencida por colegas de corrida a fazer. Então me inscrevi numa prova e peguei leve: escolhi o percurso de apenas 5 km.

A experiência foi positiva. A data próxima ao evento foi uma motivação para enfrentar a malhação em um período pós-gripe. Certamente sem a prova seria daqueles dias fáceis de faltar e aproveitar para dormir uma horinhas a mais.



Acordar às 4h30 da matina de um domingo e sair sozinha ainda à noite numa cidade perigosa como São Paulo não foi batatinha. Depois, eu me espantei ao chegar nas imediações do Pacaembu, onde seria a largada, e ver a muvuca de guardadores de carro, como se fosse acontecer uma final de Brasileirão ou show da Madonna. E a razoável aglomeração de corredores perto da largada também me deixou desconfortável.

Mas assim que foi dada a saída e houve um certo alívio dessa concentração de pessoas, o frio congelante foi diminuindo, o sol surgindo bem gentilmente, e num certo momento, no meio daquela multidão de milhares, tudo o que se ouvia eram os tênis em contato com o asfalto.

Todos concentrados, suados, correndo. Um pouco estranho, mas acima de tudo uma prova de coragem, disciplina e superação. Poderia correr 10 km, mas preferi me entregar aos 5 km com gostinho de quero mais.



Comentários